Caso Eriksen - A morte súbita abortada
Confira a análise do cardiologista José Alencar sobre o caso do jogador dinamarquês
Bom dia, boa tarde ou boa noite, profissional da medicina!
A nossa news de hoje traz a incrível história da morte súbita abortada ao vivo durante a Eurocopa. O nosso autor-professor José Alencar irá explicar o que aconteceu. Além disso:
Medicina e qualidade de vida: como não infartar aos 40 anos (pense nisso)
Clube de Casos: dor abdominal com o professor Ricardo Zantieff
Novo livro lançado pela Sanar: Manual de Medicina baseada em evidências.
No último sábado (12), o mundo se chocou com as imagens da parada cardíaca seguida de morte súbita do jogador Christian Eriksen em campo, durante partida da Dinamarca contra a Finlândia pela Eurocopa. A queda mobilizou os times, equipes médicas e comissão técnica em campo. Após alguns minutos, o público foi informado de que a vida do meio-campista de 29 anos estava salva, e o jogo prosseguiu normalmente.
Segundo o médico cardiologista José Alencar, autor dos livros Manual de ECG e Manual de Medicina Baseada em Evidências, o jogador dinamarquês Christian Eriksen não teve uma convulsão. O que ocorreu foi uma morte súbita. E, devido ao rápido atendimento, essa morte súbita foi "abortada".
Morte súbita cardíaca (MSC), ou parada cardíaca súbita, acontece quando há a interrupção inesperada da atividade cardíaca. A MSC é uma consequência associada a diversos fatores de saúde, e pode ou não ser precedida de determinados sintomas. Nestes casos, os sintomas se apresentam em até uma hora antes da parada cardíaca. Estudos apontam que a morte súbita acomete até 13% das pessoas no planeta; e responde por 50% das mortes por problemas do coração. Esses eventos estão frequentemente associados a pacientes com doença cardíaca estrutural.
Quando esse evento é revertido, a MSC é chamada de morte súbita abortada. Nestes casos, as medidas corretivas devem ser tomadas imediatamente, garantindo a cardioversão e a ressuscitação do paciente. A cada minuto, as chances de sucesso do tratamento diminuem em torno de 7 a 10%.
Medicina e qualidade de vida: como não infartar aos 40 anos (pense nisso)
Pensar em Medicina e qualidade de vida, por muito tempo, foi como pensar em dois universos separados. A ideia de que o médico não possui vida social e não consegue se dedicar à família ficou muito tempo persistente no Brasil. Mas isso não é bem verdade, embora não se possa negar exemplos de profissionais que não possuem muita qualidade de vida na Medicina.
Planejamento é a palavra chave
Primeiramente, saiba que a receita pro insucesso na qualidade de vida em Medicina é não se planejar. Você deve sempre ser o protagonista da sua carreira, e moldá-la de acordo com os seus objetivos.
Ou seja, não adianta ir vivendo um dia de cada vez e esperar as oportunidades aparecerem. Ninguém vai te pegar pela mão e te mostrar o caminho da qualidade de vida na Medicina. É importante ter um papel de busca ativa por esse cenário profissional.
Então, organize os próximos passos da sua carreira tendo em mente o que você quer alcançar. Assim, você percebe mais facilmente quais trabalhos não te darão o que você precisa, e pode procurar o que vai te proporcionar a vida desejada.
Novo lançamento da Sanar
O professor José Alencar acaba de lançar um livro pelo Sanar, o “Manual de Medicina baseada em evidências".
Você poderá aprender sobre como se testam medicamentos e vacinas. Vai aprender como se faz uma comparação justa, com ensaios clínicos randomizados, e por que eles precisam ser duplo-cegos, e com grupo placebo.
O efeito placebo será explicado e você vai perceber por que ele, juntamente com outros fatores de confusão, é um dos melhores amigos da medicina alternativa e da ciência malfeita.
Vai estudar sobre os diferentes tipos de estudos clínicos, e vai descobrir como somos facilmente enganados por nossos próprios vieses. Para isso, você vai precisar entender o que são vieses de pesquisa, mas não se preocupe, tem tudo
isso no livro também.
Você pode adquirir o livro neste link.
Clube de Casos - Traume Abdominal
No Clube de Casos desta semana, convidamos o Professor Ricardo Zantieff para tratarmos sobre TRAUMA ABDOMINAL, que é uma das emergências mais comuns no serviço de saúde. As consequências decorrentes dessa condição oferecem risco à vida do paciente, por isso a importância do diagnóstico precoce.
O caso
Paciente do sexo masculino, 21 anos, com relato de acidente automobilístico há 2 horas, vem a emergência trazido pelo SAMU, imobilizado em prancha rígida e com colar cervical, queixando-se de mal estar e dor abdominal. Qual a conduta imediata? Qual primeiro exame você solicitaria? Dá o play!
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